
Entrar num clube rotário é, para muitos, um momento marcante. Sentir a integração numa comunidade global de líderes, profissionais e cidadãos comprometidos em servir, é algo inesquecível. Mas aquilo que realmente fideliza e garante a vitalidade do clube, é a experiência que esse novo membro vive desde o primeiro dia, a forma como é acolhido, valorizado, envolvido e incluído. Essa experiência é o coração que mantém o Rotary vivo, a pulsar, a crescer e a servir.
O primeiro contacto
Da curiosidade ao compromisso
O caminho começa muitas vezes com um convite de uma pessoa amiga. Um momento inicial onde tudo conta. O sorriso com que é recebido, o cuidado em explicar como funciona o clube, a clareza sobre o papel que poderá desempenhar.
O novo membro precisa de sentir que a sua presença é desejada através de pequenos gestos que podem fazer toda a diferença. Uma palavra de boas-vindas numa reunião, a entrega de um manual de acolhimento adaptado à realidade do clube, ou a designação de um mentor que o acompanhe nas primeiras semanas.
É nesse instante que se decide, em grande medida, se o novo membro se verá como parte de uma comunidade onde pode crescer ou como um mero participante ocasional de reuniões.
O envolvimento
Transformar vontade em ação
Logo após a sua entrada, é essencial criar oportunidades de envolvimento. Participar num projeto local, colaborar numa campanha de imagem pública, ou simplesmente ajudar na logística de um evento dá ao novo membro a sensação de utilidade.
Rotary é serviço e companheirismo e ambos se concretizam na ação. O clube que integra rapidamente os seus membros, oferecendo-lhes papéis adequados ao seu perfil, e que valoriza a diversidade das suas competências, está a semear o futuro. É igualmente importante que a experiência não seja apenas de trabalho. O convívio é fundamental. Refeições, tertúlias e visitas conjuntas a projetos aproximam pessoas e criam laços. O companheirismo é, afinal, um dos principais valores do Rotary.
Diversidade, equidade e inclusão
Mais do que palavras
A experiência positiva de um membro só fica completa quando este sente que é respeitado e valorizado pelo que é. O Rotary tem assumido, ao longo dos anos, os princípios da diversidade, equidade e inclusão como parte da sua identidade. Isso significa abrir espaço a diferentes profissões, idades, géneros e culturas, e também garantir que cada voz conta nas reuniões e decisões.
Um clube inclusivo procura, genuinamente, aprender com essas diferenças, dando-lhes espaço para influenciar projetos e estratégias. É este ambiente que fortalece os clubes e os torna mais representativos das comunidades que servem.
O papel dos membros mais antigos
Se os novos membros trazem entusiasmo, novas ideias e novos pontos de vista, os mais antigos oferecem história, tradição e sabedoria. A sua experiência, quando bem partilhada, é um ativo precioso. E isso exige abertura e humildade. Mais do que impor modelos, trata-se de acompanhar, de orientar e de ser exemplo.
Programas de mentoria, já implementados em muitos clubes rotários, são uma forma eficaz de valorizar essa experiência, ligando gerações e assegurando a continuidade. Ao transmitirem valores, boas práticas e conhecimento rotário, os veteranos não apenas fortalecem o clube, como também encontram novo sentido para a sua participação.
Formação e aprendizagem contínua
O Rotary é também uma escola de cidadania e liderança. A “Central de Aprendizagem” do My Rotary, os institutos, os seminários e assembleias distritais e as convenções internacionais são oportunidades únicas para aprender. Um associado que participa em formações sente-se melhor preparado, mais confiante e mais motivado para contribuir.
Cabe aos clubes incentivarem essa aprendizagem, seja através de comunicações regulares sobre formações disponíveis, seja pela partilha de experiências em reuniões. Investir no crescimento pessoal e profissional dos membros é investir no fortalecimento do próprio clube.
O bom ambiente, a chave da retenção
Estudos internos do Rotary mostram que muitos membros deixam os clubes não por falta de tempo ou de recursos, mas porque não encontram um ambiente positivo. Um clube onde predominam conflitos, rigidez excessiva ou indiferença dificilmente retém associados. Pelo contrário, quando existe espírito de amizade, respeito e colaboração, o clube floresce.
Cultivar esse ambiente exige atenção constante. Desde a forma como se conduzem as reuniões, até à valorização pública do trabalho de cada membro. O reconhecimento, mesmo em pequenos gestos, é um combustível poderoso.
A experiência como fator de crescimento
Quando um membro se sente verdadeiramente incluído e percebe que o seu contributo importa, torna-se um embaixador natural do Rotary. Além de permanecer ativo, convida outros a juntar-se. Assim, o crescimento dos clubes está diretamente ligado à qualidade da experiência que oferecem.
O Rotary nasceu em 1905 para responder a uma necessidade de companheirismo e de ação comunitária. Mais de um século depois, essa essência mantém-se. O futuro depende da forma como cada clube sabe cuidar da experiência dos seus membros.
Em última análise, a experiência vivida em Rotary é feita de pequenos momentos. O aperto de mão que acolhe, o sorriso partilhado num projeto, a emoção de ver uma comunidade transformada, a amizade que se constrói e se leva para a vida. Se cada clube cuidar desses momentos, estará, seguramente, a cuidar do futuro do Rotary.