Sintra acolheu o Congresso Nacional do Rotaract & Interact

Por: Rúben Bento

Já o sol baixava por entre as nuvens chuvosas e sobre um sereno mar de Novembro, quando os primeiros participantes do Congresso Nacional de Rotaract & Interact 2025 começaram a chegar à Aldeia da Praia, em Colares (Sintra).

Pouco depois, juntaram-se muitos outros – rotários, rotaractistas e interactistas -, prontos para aproveitar o último sopro de Verão num fim de semana marcado pelo companheirismo, pela inspiração e por momentos que prometem ficar na memória.

Sintra foi, entre 7 e 9 de novembro, palco do Congresso Nacional de Rotaract & Interact 2025, um evento que reuniu uma centena de jovens (e alguns graúdos) de todo o país. Ao longo de três dias intensos, os Distritos 1960 e 1970 uniram-se para viver uma experiência com tradição, cultura, serviço e amizade, num cenário que só Sintra soube oferecer.

Para receber da melhor forma todos os participantes, a Aldeia da Praia foi o cenário de um jantar volante de boas-vindas, marcado pela boa disposição e pelo reencontro entre companheiros. Enquanto se partilhavam fatias de pizza e conversas animadas, decorreu também um dinâmico club booth, no qual foram apresentados projetos, tradições gastronomia local e doces típicos. O resultado foi um ambiente vibrante de convivência e uma verdadeira celebração da diversidade cultural dos vários clubes.

O momento mais esperado do primeiro dia chegou logo a seguir. Sendo a região famosa pela sua maçã reineta, não poderia ter havido ingrediente mais simbólico para pôr os companheiros a meter as “mãos na massa”. Já noite dentro, começou o delicioso workshop culinário de pastéis de Sintra com maçã reineta, uma reinterpretação doce de uma das tradições da vila. Num ambiente descontraído e cheio de cumplicidade, a atividade terminou com os participantes a saborearem o resultado do seu trabalho.

No segundo dia, houve quem madrugasse. Após o pequeno-almoço, e já com todos os companheiros preparados, seguiu-se caminho até aos Bombeiros Voluntários de Colares, onde teve lugar a Sessão de Trabalhos.

Depois dos momentos protocolares, com as boas-vindas dadas pela presidente do Rotaract Club de Sintra, pelos Representantes Distritais de Rotaract e Interact e pelos Governadores de ambos os Distritos, seguiu-se uma breve apresentação de projetos. Os clubes de Almada, Castelo Branco, Ermesinde, Gondomar e Guimarães partilharam iniciativas que já realizaram ou que estão atualmente em desenvolvimento, evidenciando o impacto nacional do seu trabalho e inspirando todos os presentes a continuar a trilhar caminhos de serviço e ação rotária.

Um dos momentos mais profundos do Congresso surgiu com o workshop “Solidão na Juventude”, dinamizado pelas companheiras Stella Câmara (RTY Algés) e Alexandra Costa Artur (RTY Lisboa-Estrela). Através de reflexão e partilha, os participantes começaram por descrever “o que é a solidão” numa palavra, com pouco tempo para poderem pensar (o objetivo seria que cada companheiro escrevesse o que lhe viesse, instantaneamente, à cabeça). Depois, divididos em grupos, exploraram formas de transformar a solidão em presença, empatia e apoio, reforçando a importância das redes de companheirismo no combate a esta crescente realidade social.

A tarde esteve a cargo dos “Guardiões da Serra”, numa experiência formativa proporcionada pelos Bombeiros Voluntários de Colares, que permitiu aos participantes conhecer, de perto, o trabalho de quem diariamente protege a serra e as comunidades locais.

Entre demonstrações de técnicas de combate a incêndios, procedimentos de socorro e noções essenciais de suporte básico de vida, os companheiros (divididos por grupos) tiveram a oportunidade de vestir o equipamento, manusear extintores e explorar em detalhe o interior de uma ambulância. Um workshop pensado para reforçar o valor do serviço na prevenção e a responsabilidade coletiva em ajudar o próximo.

Seguiu-se a plantação da Árvore da Amizade: um pinheiro-manso, espécie emblemática do ecossistema da Aldeia da Praia. Este gesto simbólico assinalou a união sólida e cada vez mais próxima entre os Distritos 1960 e 1970, retomando uma tradição rotária que há já algum tempo não se realizava.

A noite foi de festa e companheirismo com o muito aguardado Jantar de Gala, nas Azenhas do Mar. Entre fatos e vestidos de gala, reconhecimentos, sorteios, momentos de agradecimento e muita animação, este convívio tornou-se num dos pontos altos do Congresso. Entre danças, histórias e gargalhadas (algumas que, como dita a tradição, “ficam no Congresso”), celebrou-se da melhor forma o companheirismo que une rotaractistas e interactistas de todo o país.

A noite transformou-se em dia, o último, o que obrigou a um ritmo mais calmo, ideal para recuperar das emoções da gala e prolongar os laços criados. A manhã foi dedicada à descoberta da Quinta da Regaleira, um dos ex-libris mais emblemáticos de Sintra, onde o ambiente misterioso, os jardins exuberantes e a arquitetura carregada de simbolismo deixaram os participantes rendidos. A descida ao Poço Iniciático, momento muito aguardado, revelou-se uma experiência inesquecível, tanto pela imponência do espaço, como pelas inúmeras fotografias que imortalizaram cada passo daquele percurso mágico.

Seguiu-se um piquenique no Parque dos Castanheiros, onde o ambiente descontraído proporcionou momentos de convívio, histórias e despedidas afetuosas. Para os mais resistentes, a tarde reservou uma visita ao Palácio da Pena, um dos maiores ícones do romantismo europeu e uma das Sete Maravilhas de Portugal. As vistas, as cores e a grandiosidade do monumento ofereceram um encerramento memorável ao Congresso.

Com o regresso de cada participante aos quatro cantos do país levou-se na bagagem muito mais do que lembranças: seguiram histórias partilhadas, abraços sinceros, aprendizagens marcantes e a certeza renovada de que o espírito rotário se fortalece sempre que nos reunimos.

Três dias bastaram para provar, uma vez mais, que quando Rotary, Rotaract e Interact caminham lado a lado, o serviço torna-se mais impactante e o futuro mais promissor. O Congresso Nacional terminou, mas o que daqui nasceu continuará a crescer, tão firme e luminoso quanto a Serra de Sintra que o viu acontecer.

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