Formação ou Aprendizagem?

Durante décadas, a formação em Rotary seguiu um modelo clássico. Uma sala cheia, um púlpito, oradores experientes e uma audiência atenta, na maioria das vezes passiva. Era tempo da formação, centrada no instrutor (distrital ou de clube), onde o foco estava na transmissão da informação. Atualmente, o Rotary promove uma verdadeira alteração nessa área. A era da aprendizagem, centrada nas pessoas, na interação e na aplicação prática do conhecimento.

Esta mudança, introduzida gradualmente em todo o mundo, reflete uma diferente conceção sobre como os adultos aprendem. Como refere a andragogia (a ciência da aprendizagem de adultos) as pessoas não absorvem eficazmente o conhecimento apenas ouvindo. Aprendem melhor quando participam, partilham experiências e aplicam ideias a situações reais. O Rotary adaptou-se a esta evidência científica e substituiu o conceito de “formação” pelo de “aprendizagem”, passando de instrutores para facilitadores de aprendizagem.

Esta evolução já é visível nos métodos usados nas sessões de aprendizagem. O antigo Seminário de Formação dos Presidentes Eleitos chama-se agora Seminário de Aprendizagem dos Presidentes Eleitos; o Seminário de Formação da Equipa Distrital transformou-se em Seminário de Aprendizagem da Equipa Distrital; e a Assembleia Distrital de Formação é agora designada Assembleia Distrital de Aprendizagem. Estes novos nomes representam uma alteração profunda de filosofia.

Em vez de sessões em que os oradores falam durante 90% do tempo, as novas sessões de aprendizagem propõem que os participantes falem, questionem e descubram durante esse tempo. O facilitador apenas orienta, provoca o pensamento e desafia os participantes a encontrar soluções, em vez de lhes fornecer respostas prontas.

A eficácia deste modelo é amplamente documentada. Estudos académicos mostram que a aprendizagem ativa aumenta a retenção do conhecimento, melhora a motivação e fortalece o sentido de pertença. Num ambiente como o Rotary, onde os líderes são voluntários e o tempo é valioso, este envolvimento é crucial. Quando um presidente eleito, por exemplo, trabalha num desafio real do seu clube durante uma sessão, a aprendizagem transforma-se imediatamente em ação.

Ainda há espaço para a formação tradicional, sobretudo quando é necessário apresentar normas, estatutos ou diretrizes. Mas, em Rotary, onde a liderança se constrói pela experiência, o envolvimento direto é a chave para preparar líderes capazes de agir, adaptar-se e inspirar.

A mudança é também global. O antigo Governor-Elect Training Seminar (GETS) passou a Governor-Elect Learning Seminar (GELS), o District Team Training Seminar (DTTS) tornou-se District Team Learning Seminar (DTLS) e, no Brasil e em Portugal, multiplicam-se os exemplos de eventos com a palavra aprendizagem.

Ao adotar este novo paradigma, o Rotary reafirma a sua vocação de formar líderes através da experiência, da partilha e do serviço. Porque, no fundo, aprender é servir e servir é transformar vidas, começando pela nossa.

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