JORGE LUCAS COELHO: Lideranças em ano do Centenário de Rotary em Portugal

Natural de Almada, foi ali que começou a sua ligação ao Rotary, ainda adolescente. Corria o ano de 1979 quando, pela mão de um amigo de infância, ingressou no Rotaract Club de Almada. “Não conhecia nada de Rotary, mas estava imbuído do espírito de servir transmitido pelos meus pais”, recorda. Rapidamente se rendeu ao ideal rotário. “Abrira-se um mundo novo que até hoje me preenche de alegria e permanece intrinsecamente na minha vida.”

O entusiasmo não se esgotou na juventude. Em 1986, foi admitido como sócio representativo no Rotary Club de Almada, aos 26 anos, tendo por padrinho um ex-Interactista da zona CEMA. “Foi uma decisão acertada para mim, um jovem profissional, e que me encheu de orgulho”, confessa. “As minhas características próprias da juventude e vontade de ‘fazer acontecer’ foram determinantes para as funções que desempenhei, nomeadamente como presidente do clube.” Durante 34 anos serviu nesse clube, mantendo sempre o espírito de união e entrega.

A sua formação académica inclui estudos no IPAM e formação avançada em instituições como o IESE-Madrid, Universidade Pontifícia de Salamanca, Kellogg College e London Business School.

O percurso profissional, tão diversificado quanto rico, acompanha a paixão rotária. Jorge tem a classificação de Gestão-Marketing e ao longo de décadas acumulou experiência em áreas como urbanismo, promoção imobiliária, CRM, marketing estratégico e comunicação digital. Passou pela BP Portugal, onde liderou a expansão da rede nacional de postos de abastecimento e geriu projetos de marketing e fidelização de clientes. Mais tarde, foi diretor-geral da Alanta-GIP, empresa dedicada à requalificação energética e arquitetónica de edifícios, antes de se lançar no setor imobiliário internacional. Em 2021, fundou a smartC – Creative Solutions, onde assume o papel simbólico de “Chief Dreamer”. Paralelamente, colaborou na formação de educadores e integra associações de apoio social, como fundador e voluntário.

O seu currículo rotário é igualmente vasto: foi presidente de clubes Rotaract e Rotary, Assistente do Governador, presidente de diversas comissões distritais – Imagem Pública, Rotaract e Interact, Novas Gerações, Proteção de Jovens – e Secretário Executivo Distrital. É membro do Conselho de Administração da Fundação Rotária Portuguesa e, em 2020-21, integrou a sua Comissão Executiva. Mais tarde, foi diretor da Associação Portugal Rotário. Esteve envolvido na promoção da Conferência Presidencial de 2022, em Veneza, a convite do presidente Shekhar Mehta. Em 2021 recebeu o Prémio Avenues of Service e, em 2024, o Service Above Self, a mais elevada distinção do Rotary International. Participou na formação de diversos clubes de Rotaract, Rotary, Interact e, ao longo de 46 anos de rotário, apadrinhou mais de uma dúzia de sócios, a maioria ainda integrantes de clubes.

“Sempre me ouviram dizer que em primeiro lugar está a família, em segundo o trabalho e em terceiro o Rotary, mas quando aceitamos servir em posições de liderança nos clubes ou distritos, defendo que devemos praticar um equilíbrio consciente em que ninguém e nada fica para trás.”

Mas a vida, como o Rotary, é feita de mudanças conscientes. Durante a andemia, vivendo em Lisboa há quase três décadas, decidiu mudar de clube. “O Presidente Barry Rassin disse: ‘Se não estão preenchidos no vosso clube, mudem de clube, mas não deixem de ser rotários!’ Essa ideia ficou-me.” Em 2020, integrou o Rotary Clube de Lisboa, onde reencontrou amigos e sentiu-se verdadeiramente útil. “Permaneço próximo do meu primeiro clube, que me viu crescer como pessoa e como rotário”, sublinha.

A nomeação para Governador veio num momento especial. Em 2018-2019, como secretário executivo do Distrito, acompanhou mais de 50 visitas oficiais e ganhou uma visão ampla de Rotary. Já tinha sido convidado a candidatar-se, mas aceitou quando se conjugaram dois fatores: a proximidade do centenário do seu clube e o estímulo do seu filho, hoje com 23 anos e estudante de medicina, que segue os passos do pai no associativismo. “Foi ele quem mais me incentivou a aceitar e estar disponível para o desafio”, confessa. Na entrevista de indicação, a pergunta que mais o desafiou foi: “O que pensas fazer para motivar os companheiros a aceitar posições de liderança?” Respondeu com o exemplo dos que o antecederam, mas admite que continua, todos os dias, a compor essa resposta. Jorge Lucas Coelho acredita na liderança partilhada, na continuidade e no equilíbrio. “O trabalho rotário não é obra de um só Homem. Só gostando e confiando uns nos outros, juntos, unidos, conseguiremos realizar os nossos sonhos para irmos além das nossas possibilidades.” Constituiu uma equipa pequena, “que será acrescentada pontualmente, em cada projeto, com o sonho que a continuidade seja mais do que uma palavra. Acredito fortemente na união e partilha entre clubes, distritos e ligações internacionais que considero essenciais, para criar uma maior dimensão para a nossa ação, que nos projeta para um futuro maior.”

É Paul Harris Fellow com três rubis (PHF+8), membro da Polio Plus Society e da Paul Harris Society. Ao entrar neste novo capítulo rotário, Jorge apresenta a sua visão com clareza: “Com ação, com projetos sustentáveis, parcerias estratégicas e uma imagem pública que reflita o impacto real de Rotary nas comunidades.”

E assim, no ano do Centenário do Rotary em Portugal, Jorge Lucas Coelho assume a liderança do Distrito 1960 com a serenidade de quem traz, no coração, 46 anos de dedicação a Rotary. Com o olhar firme no futuro e o compromisso de continuar a servir acima de si mesmo.

TRAZER O ROTARY PARA O FUTURO

No dia 1 deste mês, Jorge Lucas Coelho entra na História. Assumiu o cargo de Governador do Distrito 1960 precisamente no ano em que o Rotary celebra o Centenário da entrega da Carta Constitucional ao Rotary Club de Lisboa, um marco fundacional de Rotary em Portugal.

Cabe-lhe a missão singular de liderar o Distrito nesta data memorável, “com a História em mente, os valores no coração e os olhos postos no futuro”, declarou, traçando o rumo de um mandato que se quer de ação, inovação e profundo sentido rotário.