Uma homenagem a SangKoo Yun amigo e líder inspirador

José Manuel RaposoInternacionalOpinião1 mês atrás258 Visualizações

O Rotary não perdeu apenas um líder de enorme potencial, mas, acima de tudo, um ser humano de rara bondade e elegância.

SangKoo foi um querido amigo. A sua partida deixa um vazio que as palavras não conseguem preencher. Tinha sido eleito para exercer o cargo de presidente de Rotary International em 2026-27, mas nunca teve a oportunidade de liderar a partir desse mais alto posto. Ainda assim, pela forma como viveu, serviu e tocou vidas em todos os continentes, já nos tinha liderado a todos.

Nascido numa família distinta – o seu pai foi presidente da Coreia – SangKoo cresceu com disciplina e um profundo sentido de dever. Licenciou-se em Arquitetura pela Universidade de Syracuse, recebeu o doutoramento honoris causa da Universidade de Edimburgo e fundou uma empresa de materiais de construção e engenharia que refletia a sua visão e integridade.

O mundo reconheceu o seu mérito. A Rainha Isabel II concedeu-lhe a Ordem Mais Excelente do Império Britânico. O presidente da Mongólia distinguiu-o com a Medalha da Amizade. A sua própria nação honrou-o com louvores meritórios do presidente e do primeiro-ministro da República da Coreia. Serviu três anos no exército sul-coreano e foi exonerado com honra. Na sua igreja, encontrou o alicerce espiritual, servindo como ancião sénior na Igreja Presbiteriana de Andong.

Apesar de tantas distinções, SangKoo permaneceu um homem de enorme simplicidade. Carregava as suas conquistas com leveza, com a humildade que apenas a verdadeira grandeza permite. Estava à vontade em qualquer lugar – sentado no chão de uma aldeia remota, partilhando uma refeição simples, ou numa grande sala, de smoking, dirigindo-se a líderes de Estado. Ligava pessoas para além de todas as diferenças.

O Rotary foi a sua maior paixão. Viajou pessoalmente a 36 países para apoiar projetos e acompanhar a sua concretização. O seu trabalho na Mongólia, criando florestas corta-vento contra o avanço do deserto, tornou-se lendário — exigindo mais de 30 viagens a terrenos agrestes. Uma vez, quando o seu jipe capotou e feriu gravemente um companheiro rotário, SangKoo carregou a dor desse momento como se fosse sua. Porque para ele, o serviço nunca foi abstrato — era profundamente pessoal.

À sua amada esposa, Eunsun, que sempre esteve ao seu lado com coragem e dedicação, enviamos as nossas mais sentidas condolências. À sua família, que tão generosamente o partilhou com o mundo, desejamos que encontrem conforto no legado que deixa. E ao seu mentor, o ex-presidente D.K. Lee, sabemos que esta perda é profunda, pois perdeu não apenas um protegido, mas um verdadeiro filho em espírito.

Nós, que aqui permanecemos, comprometemo-nos a honrar a sua memória não apenas em palavras, mas em atos de serviço, compaixão e amor.

K.R. “Ravi” Ravindran
Presidente de Rotary International em 2015-16

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